quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Grande Trail Serra d'Arga

Em plena Serra d'Arga

Desloquei-me a Caminha para a realização da última prova do circuito de ultra trail: o Grande Trail da Serra d’Arga, prova com 45 quilómetros e um desnível positivo de 2.500 m.
As condições climatéricas foram a principal dificuldade da prova, com muita chuva, vento muito forte e nevoeiro que dificultava a navegação, sobretudo nos pontos mais altos da serra. Como sabia à partida as condições que me esperavam, decidi não arriscar muito nesta prova, pois dou-me mal com descidas em pedra molhada. O meu único objectivo seria ajudar a equipa a lutar pelo 1º lugar da classificação do circuito de ultra trail. À partida para a última prova, a que tudo decidiria, estávamos empatados com a excelente equipa Desnível Positivo, que corria “em casa”, local de treino frequente de muitos dos seus atletas. A tarefa apresentava-se muito complicada, mas enquanto existisse a possibilidade de vitória, tudo faríamos para a conquistar.
Início da prova e logo uma subida bastante grande, que faço com conforto, ultrapassando alguns atletas. Chegando ao cimo, estou entre os primeiros 15/20 atletas, mas mal se inicia a descida, começo a ser sistematicamente ultrapassado. Estava dado o mote de toda a prova: conquista de alguns lugares nas subidas, a rolar bem nos raros terrenos planos existentes e perdendo lugares nas descidas. Nessa descida inicial sou ultrapassado por 2 elementos da equipa, o Miguel Baptista e o Bruno Fernandes. Sou agora o terceiro elemento e o que tem a responsabilidade de fechar a equipa, por isso não posso ceder muito. Acabo por ir a par do Germano Capela, que evidencia as mesmas características que eu, resguardando-se nas descidas. Mais à frente, o duo transforma-se em trio, com a junção do Zé Carlos Santos. Vamos progredindo pelas subidas e descidas constantes, fazendo face à intempérie que se abate sobre nós. Nalguns pontos, precisamos de abrandar e procurar as marcações, pois a visibilidade é muito baixa. De uma forma geral, achei que as marcações estavam bem feitas, mas isso não impede que alguns atletas se percam, pois o nevoeiro, a forte chuva e a tecnicidade do terreno não permite que se veja facilmente as referidas marcações.
Entretanto, o Germano fica para trás e regresso ao formato duo, desta vez com o Zé Carlos. Bastante fortes nas subidas, rolando bem onde é possível, mas muito prudentes nas descidas, sobretudo na pedra molhada. O meu objectivo continua a ser chegar ao fim, evitando alguma lesão que pudesse hipotecar as possibilidades da equipa. Vou começando a sentir algum cansaço muscular, mas nada de anormal atendendo aos quilómetros já efectuados e ao desnível que a prova tem. Aproxima-se a última descida, que sei de antemão que é complicada, pois corresponde à primeira subida realizada. A descida é feita sobre pedra cheia de água, que em alguns pontos se transforma num rio. O Zé Carlos desce mais rápido do que eu e ganha-me alguns metros. Num deslize meu, acabo por torcer um pé ao colocá-lo mal num buraco escondido pela muita água que corre. Sinto uma dor intensa, mas que gradualmente vai melhorando, permitindo-me voltar a correr e retomar o caminho da meta.
Chego à meta após 5h29m48s, em 46º lugar da geral. Encontro os meus colegas de equipa e logo ali fico a saber que tínhamos ganho o duelo com o Desnível Positivo. A vitória no circuito era nossa!
Individualmente, terminei o circuito em 18º lugar da geral e em 5º lugar do escalão M40 (dos 40 aos 50 anos). Para o ano procurarei fazer melhor.

Gostei do percurso e da companhia do Zé Carlos, mas gostaria de ter feito a prova noutras condições metereológicas, que permitissem ver a paisagem da serra.

O Mundo da Corrida - Equipa Campeã do Circuito de Ultra Trail

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