quarta-feira, 29 de maio de 2013

Semana de treinos, 20 a 26 de Maio

Torre de vigia na Serra de Sintra
 
 
2ªf - Treino lento de recuperação de 45', em terreno plano.
3ªf - Novo treino lento de 45', mas já na mata, embora com pouco desnível.
4ªf - Treino de 45', seguido de circuito de exercícios para glúteos.
5ªf - Treino de 60', com alguns momentos a um ritmo mais elevado.
6ªf - Treino de 70’, em plano, chato e difícil psicologicamente. No final, sessão de reforço muscular.
Sábado - Regresso a Sintra! Com excelente companhia, fizemos um pouco mais de 20 quilómetros, que passaram num instante. Senti-me bem e recuperado. Decidi dar a este treino o carimbo "Mais agradável dos últimos tempos!"
Domingo - Colaboração na organização da Meia Maratona na Areia. 

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ultra Trail de São Mamede

UTSM - À chegada!


2ªf - Treino de bicicleta de 30’, seguido de sessão de reforço muscular.
3ªf - Treino lento de 50‘, pela primeira vez sem dores na perna.
4ªf - Novo treino de bicicleta, com o objectivo de recuperar totalmente o músculo lesionado. Foram apenas 30‘.
5ªf - Novo treino de corrida, de 40’, sem qualquer sinal na perna. Cresce o optimismo para o UTSM. De qualquer forma, só com o acumular de quilómetros é que terei a confirmação da recuperação total ou não.
6ªf - Preparação do material e viagem para Portalegre.
Sábado – E pelas 0:00 deu-se a contagem decrescente e a partida para o Ultra Trail da Serra de São Mamede (UTSM). Com alguma apreensão, iniciei a prova um ritmo relativamente baixo, procurando “sentir” a minha perna esquerda. O objectivo principal era concluir a prova, o que a acontecer seria a 10ª vez em que ultrapassava a mítica barreira dos 100 quilómetros. Primeiros quilómetros e nenhum sinal ou sensação estranha, portanto continuei a rolar descontraidamente. À parte de alguns troços em que temos que atravessar uns cursos de água, o terreno é fácil de progredir e assim alcanço o primeiro abastecimento (PAC), por volta dos 10 quilómetros de prova. Continuo até ao segundo abastecimento, já aos 17 quilómetros, sempre com progressão bastante fácil. A grande preocupação é controlar o ritmo de corrida, pois se corremos ao ritmo que o corpo nos pede, mais tarde pagaremos a ousadia. Chego ao 2º PAC sem sentir qualquer desconforto na perna, isso anima-me e faz-me começar a acreditar que a lesão possa estar definitivamente debelada. A partir deste ponto, começa a ascensão até ao ponto mais alto da prova, as Antenas no topo da Serra de São Mamede. Sei que tenho que me poupar, sei que a prova só começará verdadeiramente após Marvão, por volta dos 60 quilómetros. Estou à espera de ter uma quebra grande por volta dessa distância, pois a lesão atrasou muito a minha preparação e chego quase sem treinos longos, mas também conto com a minha gestão de esforço e a experiência acumulada. Até Marvão, o objectivo é chegar com o menor desgaste possível. Subo parcialmente a subida a andar, intercalando com corrida sempre que o terreno tem um desnível menor. As condições climatéricas são as esperadas, bastante frio e muito, muito nevoeiro. Eu dou-me bem com o frio, pelo que não conto ter qualquer problema, vou devidamente equipado, o que para as minhas características quer dizer levar apenas um corta-vento leve e umas luvas fininhas (eu sei que a maioria congelaria, mas eu sou um aquecedor ambulante). Quanto ao nevoeiro, dificulta bastante a navegação, pelo que exige concentração na visualização dos reflectores colocados nas fitas sinalizadoras. Felizmente a prova estava magnificamente marcada, e vou encontrando o caminho, embora quando incidia a luz parecia que os reflectores estavam longe, mas quando passávamos verificávamos que estavam apenas a meia dúzia de metros. A paisagem não é visível, mas sente-se. E corremos num ambiente mágico, de grande beleza. A confiança vai aumentando, a perna não dá sinal, só por esse facto sinto que já ganhei a corrida. Chego ao 3º PAC em simultâneo com o Jorge Serrazina, que comenta (com a sua enorme experiência), “Isto não é sítio para parar muito tempo, temos que descer rapidamente”. A temperatura estaria perto dos 0º e o muito vento que se fazia sentir transformava-a numa temperatura aparente negativa. Creio que o facto de permanecerem muito tempo naquele abastecimento, acabou por provocar a desistência de muitos atletas por hipotermia, mas é difícil tomar sempre as decisões correctas e apetecia descansar um bocadinho, pois a distância entre o 2º e o 3º PAC era a maior de toda a prova e, além disso, após um longo esforço de subida. Comi e hidratei-me o mais rapidamente possível, dando razão interiormente às palavras do Jorge, mas mesmo assim não fui suficientemente rápido para o acompanhar. Ainda gritei “Jorge, espera por mim, que eu também vou!” mas ele não ouviu, pois o vento era muito. Decidi então acelerar para o apanhar, mas entramos num down-hill, algo técnico, de noite e com bastante nevoeiro. Começo a duvidar que consiga apanhar o Jorge, num terreno em que ele é mestre, mas não desisto e vou descendo o mais rapidamente que consigo. Estranhamente, verifico que a distância entre nós se vai mantendo, ganho ainda mais confiança, pois não sinto qualquer desconforto na perna e estou a descer ao mesmo ritmo de um dos atletas mais rápidos a descer em terreno técnico. Aperto ainda mais o ritmo e antes de chegar ao final apanho o Jorge. No final do down hill, encontramos o Vítor Coelho, queixa-se que o frontal dele aquece e apaga-se, pelo que está a ir muito lento. Ofereço-me para lhe emprestar um segundo frontal que levo de segurança, mas ele prefere ir à boleia do meu frontal. Continuamos a descer, pelo meio muitas pedras e paus soltos. Mesmo de noite, a paisagem é bonita, no meio de muita vegetação. Atrás de mim lá segue o Vítor, que me avisa: “Por favor não caias, senão eu caio em cima de ti, só vou a seguir os reflectores dos teus ténis e não dá para travar a tempo”. Começamos a desejar que nasça o dia, para facilitar a navegação, pois torna-se bastante desgastante estar sempre a fugir aos obstáculos (ramos, pedras, buracos, etc) mesmo em cima deles. Alcançamos o PAC 4 e o PAC 5. Já percorremos metade da prova, cerca de 50 quilómetros e já tenho a certeza que a lesão está ultrapassada, pois continuo sem sentir qualquer sinal da perna. Nesta altura, começa a nascer o dia e o Vítor queixa-se de um pé. Sei que nos espera a difícil subida para Marvão, mas o terreno ainda é de fácil progressão e o ritmo é elevado. O Jorge acaba por se afastar e eu também descolo do Vítor. Com o nascer do dia, já não tem necessidade da minha luz, e eu acabo por ficar sozinho. Distraio-me a responder a algumas mensagens e com o sol no horizonte pela frente, acabo por me perder 2 vezes. Tudo sem grandes consequências, pois assim que deixo de ver fitas, volto para trás. No total, devo ter perdido apenas cerca de 500 metros. Na última vez que me perco, quando regresso, encontro novamente o Vítor, mas ele vem com algumas dificuldades. Ainda corremos alguns metros juntos, até chegar ao rio que temos que atravessar para dar início à subida para Marvão. A partir daí deixo de o ver até que ele chegue à meta.
A subida é dura, nesta fase dá-me sonolência, o pensamento vagueia, as imagens mais estranhas aparecem-me, mas continuo a subir. Sei que o troço final é terrível, pois ficou-me na memória no ano passado. Quando lá chego, confirmo que a memória não me atraiçoou, é mesmo muito duro. Entro na porta da muralha e começo a descer já dentro de Marvão. Chego ao PAC 6, onde se pode deixar uma mochila. Por segurança, levei roupa de substituição e outro par de ténis, mas estou bem, não preciso de nada e apenas me preocupo em alimentar-me e recuperar um pouco da subida. Como a sopa quente, repito. Sabe-me bem. Fico contente por estar com fome, por estar a comer sempre em todos os PAC, pois costumo ter algumas dificuldades em alimentar-me em prova. Sei que a alimentação é fundamental para manter a energia. Saio do PAC, sozinho e assim será por muitos quilómetros. Desço a calçada romana com bastante rapidez, ultrapasso alguns atletas e começo a pensar no próximo ponto importante: Castelo de Vide. Até lá, ainda temos que alcançar o PAC 7 (aos 70 quilómetros) e depois desse ponto, a subida até à capela da Senhora da Penha. Faço esse trajecto totalmente em solitário, mas vou forte, estou a manter um ritmo razoável. Chegada à Senhora da Penha e dada a volta à capela, desço umas fragas com a ajuda de algumas cordas. A preocupação é a segurança, é não me lesionar na descida, pois já estou com quase 80 quilómetros nas pernas e a destreza já não é a mesma do início. Após a descida, está o PAC 8, o antepenúltiplo. Aqui sinto, que salvo algum acidente, terminarei a prova, melhor ou pior, pois faltam apenas 23 quilómetros.
Sei que de seguida tenho uma parte do percurso bastante fácil, em que primeiro se desce durante alguns quilómetros e depois se anda em plano, sempre com terreno favorável. Apanho o Pedro Basso, que me diz que está com dificuldades. Está muito enjoado e não se consegue alimentar, pelo que não tem energia. Decidimos seguir juntos e tentamos manter um ritmo constante de corrida. Aproveitamos para descansar, caminhando, quando aparece alguma subida. Estes quilómetros passam rapidamente e temos pela frente a penúltima grande subida, subida esta bastante dura, em que o desgaste já é muito. Alcançamos o topo da subida e descemos um pouco até ao PAC 9, onde o Pedro se senta exausto numa cadeira. Também me sento ao lado, mas já com dois bocados de pizza na mão. O Pedro continua sem conseguir comer, por isso decido comer pelos dois. Não sei quantos bocados de pizza comi, mas foram bastantes. Estamos com 89 quilómetros, pelo que faltam pouco mais de 11 quilómetros para a meta. Consulto o track que carreguei no meu garmin, e confirma-me essa informação. Os PACs têm estado sempre nos quilómetros em que estavam anunciados. O meu desvio, pois já acuso mais de 90 quilómetros feitos, deve-se às centenas de metros que fiz a mais pelas 2 vezes em que me perdi.
Reiniciamos a corrida, já com o pensamento em chegar ao último PAC. Primeiro uma longa descida, em que o terreno, sobretudo a muita pedra existente, começa a fazer estragos, sobretudo nos quadríceps, até que vemos escrito no chão “Última Subida”. Foi a última, mas foi dura. O Pedro anda mais rápido que eu, pelo que para o acompanhar tenho que correr alguns bocados na subida, estranhamente consigo fazê-lo com facilidade. Se fosse sozinho teria subido ainda mais a correr. Vou avançando aos esticões, dou uma corridinha até ganhar alguns metros ao Pedro, começo a andar, ele apanha-me, ultrapassa-me e ganha uns metros, eu reinicio a corrida até lhe ganhar novamente uns metros. E assim chegamos ao fim da subida, onde apanhamos um caminho de terra batida que nos levará à Senhora da Penha (já era a segunda!), mas desta feita de Portalegre. A descida é bastante acentuada e muscularmente desgastante, mas já começa a cheirar a meta. Já vemos Portalegre! Paragem muito rápida no último PAC (o 10º) e início da descida de uma escadaria enorme. Apesar das dificuldades, o Pedro acompanha-me e descemos a escadaria a um ritmo impressionante, ultrapassando alguns atletas da maratona e dos 24 quilómetros. Enquanto descemos ainda oiço “Olha como estes descem… e ainda por cima são dos 100…”.
Faltam apenas 5 quilómetros em terreno bastante plano e rápido. Conseguimos imprimir um bom ritmo, atendendo aos quilómetros que levamos nas pernas. Aproximamo-nos do estádio, mas antes ainda temos que saltar uma vala. Lá saltamos como podemos e seguimos para o estádio, volta quase completa e chegada à meta. Tinha atingido pela 10ª vez a marca dos 100 quilómetros!
Cheguei com muita força, desgastado, mas com a sensação de que poderia fazer bastantes mais quilómetros, sem qualquer mazela, sem uma única bolha nos pés.

Comentários à prova e mais concretamente à organização: A prova é simplesmente excelente! Percurso muito bonito, muito bem marcado, abastecimentos de luxo, muita simpatia e um contingente enorme de voluntários. Fiz a edição inicial, da qual só não gostei do final, aspecto este que foi alterado para melhor nesta edição. Conto estar para o ano em Portalegre.

Tempo: 13h47m18s
Classificação: 30º da geral
Distância total: 102,0 kms

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Ultra-Trail de São Mamede


Perfil altimétrico

É já amanhã à noite! Ultra-Trail da Serra de São Mamede! Partida às 00:00 de sábado. Para quem quiser acompanhar, poderá fazê-lo aqui.
Também podem ver a passagem, em tempo real, nos Postos de Abastecimento. Vou correr com o dorsal M096.




segunda-feira, 13 de maio de 2013

Semana de treinos, 6 a 12 de Maio

Bicicleta

2ªf - Treino lento de 60', com sessão de reforço muscular.
3ªf - Treino lento de 56', com o aparecimento novamente de algum desconforto no posterior esquerdo.
4ªf - Mudança de treino para bicicleta: 60’.
5ªf - Novo treino de ciclismo, desta feita, de 70’, com bastantes variações de ritmo.
6ªf - Novo treino de ciclismo de 60’.
Sábado - Monsanto, um pouco mais de 15 quilómetros. Nova sensação no posterior esquerdo, apesar de sentir uma melhoria.
Domingo - Treino matinal de 60’ de bicicleta. À tarde, novo incursão pelo Monsanto, num treino a um ritmo baixo, de cerca de 9 quilómetros.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Col de la Seigne

Col de la Seigne

E a lenta ascensão iniciada em Les Chapieux, passará en La Ville des Glaciers e no refúgio des Mottets, onde começa a parte mais dura da subida, em que em pouco mais de 3 quilómetros, se sobem mais de 600 m, até atingir o Col de la Seigne a 2.516 m de altitude. O Col de la Seigne assinala a fronteira entre França e Itália, pelo que deixaremos terras gaulesas durante umas largas horas, entrando em Itália com cerca de 60 quilómetros já percorridos. O Col de la Seigne é um dos pontos mais complicados climatericamente, devido à sua altitude. Na edição passada do UTMB, devido às más condições climatéricas e à acumulação de neve neste ponto, o percurso da prova teve que ser alterado, não permitindo a passagem para Itália, pelo que se desenrolou exclusivamente em França e com menor quilometragem. Este ano, a organização, assumiu o compromisso de que, caso se verifiquem condições metereológicas idênticas, já tem um percurso alternativo, em que garante a distância inicialmente prevista.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Semana de treinos, 29 de Abril a 5 de Maio

Diversificação do tipo de treino

2ªf - Treino de reforço muscular geral e específico de glúteos, com o acréscimo de alguns exercícios.
3ªf - Atendendo à lesão, optei por ir para a piscina. Treino de cerca de 60’.
4ªf - Novo dia dedicado a reforço muscular, desta feita, em versão mais reduzida.
5ªf - Decidi fazer um teste de corrida. Iniciei o teste sem dores, no entanto a partir dos 2,5 quilómetros, comecei a sentir um desconforto crescente. Quando atingi o quilómetro 3, senti dor, o que me levou a parar o teste imediatamente. 
6ªf - Nova opção de diversificação de treino, recorrendo a bicicleta estática. Treino realizado em mudanças baixas, durante 60’.
Sábado - Novo treino de bicicleta, desta feita com mudanças mais elevadas. Duração do treino: 60’. Da parte da tarde, uma pequena caminhada.
Domingo - Nova tentativa de teste de corrida, embora algo apreensivo. Sempre a um ritmo pouco intenso, iniciei o treino decidido a parar assim que tivesse dores. Ao fim de alguns quilómetros, o desconforto apareceu, embora se tivesse mantido estável, sem nunca se agravar. Acabei por fazer cerca de 15 quilómetros. Ainda não estou totalmente recuperado, mas o treino deixou indicações de que estou a melhorar a tempo do Ultra Trail da Serra de São Mamede.